segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Luggy.

Um dia eu conheci um rapazinho. Não muito alto ele, e, sinceramente, me lembrava uma guria. Dizem que a vida tem dessas coisas, que há males que vêm pra bem, e foi assim mesmo. Achei a carteira dele na estréia do Harry Potter no cinema, e quando devolvi, ganhei um abração de quebrar costelas. Acabamos virando amigos:Trepaderas calientes um do outro, eu diria. Hernández. Tive ele desde o começo como um irmão mais novo, e me vi na obrigação de cuidar e zelar. E realmente o fiz. Ao menos tentei.
Vi ele usar um terninho e chapéuzinho, tocando no improviso comigo. Vi Dia especial, vi Sophia, vi Não mais, vi Unholy Confessions e tantas outras nas mãos de Lizard, geladas e habilidosas.
Vi a rua com ele, sob outra ótica. Sob a estética do frio, dos olhos embaçados de chuva e das narinas submersas no cheiro de café com chocolate. E Chantily. A ingenuidade histórica da praça, no som do violão e dos clássicos. Um calor.
Vi assumir, de última hora, assumir uma tremenda responsabilidade, e cumprí-la com exclência e tranquilidade de um profissional, com ética e integridade. Vi chorar e chorei, abracei e sorri, quando a recompensa veio trazida pelos gritos.
Vi chorar e amargurei, me recolhi, quando as divergências foram maiores que o passado. Momentâneamente maiores.
Passei semanas e semanas com um espaço vazio. Pensei eu estar vazio.
Senti abraçar e abracei. Senti sístole e diástole aceleradas. Senti encontrar uma carteira de novo, e agradeço muito, apesar do agnosticismo, por existir males.
Pro nosso bem,
pro meu amigo,
pro meu irmão
Luzza.

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